outubro 22, 2025
Os plurais que dependem do singular
Somos preconceito, imagens de um amanhecer descuidado, vítimas de uma auto censura que mina cada passo e amarga cada sabor enquanto procuramos na cidade, a redenção. Erigimos capiteis e outros altares como pagamento de pensamentos, que julgamos nossos. Suamos, crispamos, compramos cada minuto seguinte como se fosse apenas mais um. Usamos o relógio por uma vaidade mágica que separa o respirar da atenção. Sacudimos as migalhas, deixamos a última gota, esquecemos a cor dos olhos, violentamos a carícia porque é pérfida e fria, vagueamos a luz artificial feita astro, de uma divindade que sabemos mais próxima, e mais credível. Aceitamos a obrigação das esquinas em gomos que o sumarento abandonou. Os nossos olhos vazados desfocam os contornos do dia. A cidade enganou-nos. Prometeu a abundância e alguma violência.
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